Em Assis Papa com 300 representantes religiosos e descrentes de boa vontade, em "Jornada de reflexão, diálogo e oração pela justiça e pela paz".
Momentos de grande intensidade humana e espiritual no Encontro que reuniu nesta quinta-feira em Assis o Papa e representantes das diversas religiões do mundo, como "Peregrinos da verdade, peregrinos da paz". Uma "Jornada de reflexão, diálogo e oração pela justiça e pela paz".
O evento recorda a reunião inter-religiosa e ecumênica sem precedentes promovida por João Paulo II há 25 anos, para pedir a Deus pela paz no mundo, lembrando igualmente o audaz impulso crente de São Francisco, ao visitar o sultão para falar de paz, no século XIII.
Bento XVI foi recebido na cidade de São Francisco pelo Frei Carballo, ministro geral da Ordem dos Frades Menores. O ministro geral fez declarações para jornal espanhol La Razón, publicadas nesta quinta-feira, e afirma que "hoje, mais que nunca, é urgente abrir novas vias de diálogo com outros cristãos, com crentes de outras religiões e pessoas de boa vontade”.
E concluiu: "O 'espírito de Assis’ nos leva a assumir as atitudes de Francisco expressas na chamada ‘Oração da Paz’. A lógica e o espírito de Assis consistem em ‘levar amor onde houver ódio, perdão onde houver rancor, união onde houver discórdia, paz onde houver guerra’”.
Na reflexão proposta no final do encontro da manhã, Bento XVI, evocando o Encontro de 1986, começou por interrogar-se sobre o que aconteceu desde então e como se encontra hoje a causa da paz. “Naquele momento a grande ameaça para a paz no mundo provinha da divisão da terra em dois blocos contrapostos entre si. O símbolo saliente daquela divisão era o muro de Berlim que, atravessando a cidade, traçava a fronteira entre dois mundos. Em 1989, três anos após o encontro em Assis, o muro caiu, sem derramamento de sangue... A vontade que tinham os povos de ser livres era mais forte que os arsenais da violência…”
E o Papa continuou: “ao lado destas duas realidades, religião e anti-religião, existe, no mundo do agnosticismo em expansão, outra orientação de fundo: pessoas às quais não foi concedido o dom de poder crer e todavia procuram a verdade, estão à procura de Deus”. Pessoas que não se limitam a afirmar que não há Deus, mas que sofrem a sua ausência e procuram a verdade e o bem. São «peregrinos da verdade, peregrinos da paz». Colocam questões tanto a uma parte como à outra. Aos ateus combativos, convidam-nos a tornarem-se pessoas que procuram, que não perdem a esperança de que a verdade exista e que se possa viver em função dela. (...)
“Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade, de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito” – concluiu o Papa. “A Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser «peregrinos da verdade, peregrinos da paz»
Fontes: Rádio Vaticana, Zenit, Agência Ecclesia, ACI Digital
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